15 agosto 2011

O MAPA DA MINA DOS BONS NEGOCIOS

Em Natal, turismo, construção civil, comércio e artesanato são os setores com maior chance de sucesso

A chance de aproveitar a realização de um evento como a Copa do Mundo de Futebol 2014 no Brasil não se restringe aos grandes investidores. Os pequenos e médios empresários podem (e devem) apostar no faturamento com base em atividades ligadas a segmentos considerados a bola da vez, tais como comércio, turismo, artesanato e construção civil. Em Natal e no Rio Grande do Norte, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) identificou 356 possibilidades de negócios para a Copa 2014. A lista foi apresentada com base nos dados do estudo Mapa de Oportunidades, um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nas 12 cidades-sede.
O estudo servirá para o Sebrae elaborar planos de ação para auxiliar micro e pequenas empresas a desenvolver seus negócios, tendo como foco o Mundial de futebol. No caso do Rio Grande do Norte, oito segmentos se destacaram no estudo: Construção Civil, Tecnologia da Informação, Têxtil e Vestuário, Turismo, Produção Associada ao Turismo, Comércio Varejista, Agronegócios e Serviços. Em todos eles o Sebrae tem atuação. Além desses, também se destacou o setor de Madeira e Móveis. Trocando em miúdos, o empreendedor que pretende montar um pequeno negócio ou mesmo mudar o foco de atuação de sua empresa terá mais chances se apostar numa dessas atividades.
A grande exposição do país para o mundo, a circulação de divisas e antecipação de investimentos da Copa 2014 representam, para o Sebrae, chances de ouro nos negócios antes, durante e após a realização da Copa. "Basta saber identificar onde as micro e pequenas empresas se inserem nesse contexto, e quais os setores mais impactados", explicou o gestor do projeto, Célio José Vieira de Moura. "Quem já tem um negócio montado, poderá ajustá-los a esse novo cenário. Se não se ajustarem, apostando em inovação e aumento da competitividade, a concorrência certamente vai fazê-lo".
Quanto investir? Esta é uma pergunta difícil de ser respondida e depende de vários fatores, especialmente o capital disponível, a área de atuação do empresário e do público-alvo. "É preciso conhecer a clientela, saber quem vai fornecer os insumos necessários à sua produção, como está a concorrência, qual o volume de recursos disponíveis", argumentou Célio. Se o problema for o dinheiro, uma opção é pedir um empréstimo. "No entanto, optar pelo financiamento a longo prazo, consequentemente faz com que demore mais tempo o retorno do valor investido".

O Mapa das Oportunidades foi desenvolvido com base em uma pesquisa qualitativa. O Sebrae e a FGV reuniram pequenos grupos de pessoas para avaliar conceitos e identificar problemas por meio da interação e discussão entre os participantes. Entre as pessoas ouvidas, o corpo técnico de vários setores do próprio Sebrae, entidades associativas e representantes de sindicatos, associações e câmaras, professores universitários de várias instituições, federações de empresas e os próprios empresários, além dos empreendedores individuais.
 PLANEJAMENTO;
Quanto antes se pensar num novo negócio para aproveitar o bom da Copa melhor. Para não perder tempo e correr risco de ter prejuízos, o Sebrae oferece ajuda para quem deseja abrir uma empresa. "Um primeiro passo será montar um plano de negócios, que inclui desde informações sobre clientela e fornecedores, até variáveis como faixa etária do público-alvo e nível de renda dos clientes", explica Célio Moura, do Sebrae. "Não se pode observar a oportunidade isoladamente, mas como se encontra o empreendedor e como esses outros vetores estão postos".

Célio citou alguns exemplos. "Lavanderia industrial, por exemplo, aparentemente não tem nada a ver com turismo, mas é uma possibilidade para quem pretende ter como clientes grandes hotéis ou mesmo pequenas hospedarias", citou. "Tecnologia da informação. Orientamos um grupo que fornece suporte para roteadores em hotéis. Num grande evento como a Copa, jornalistas do mundo inteiro não usam internet apenas no centro de mídia, e sim onde estão hospedados. Esse, aliás, foi um dos gargalos da Copa na África do Sul. Alguns hotéis não estavam preparados para transportar dezenas de arquivos como áudio e vídeo ao mesmo tempo e tiveram problemas". Um outro exemplo: "Serviço de locação de veículos. Uma dica é colocar geoprocessamento (GPS) e motoristas bilíngues. Ou seja, basta enxergar a oportunidade".
O gestor do Sebrae lembra que os investimentos que se fazem em boas receitas de sucesso não se aplicam apenas ao mundial de 2014. "A Copa é um acelerador, mas o legado ficará após o evento. A idéia é tornar cada setor tão bom que se equipare ao padrão mundial. Uma empresa bem preparada poderá se aproveitar, por exemplo, do crescimento imobiliário, dos investimentos no futuro Aeroporto de São Gonçalo, na realização dos shows da Arena das Dunas, numa provável Copa América 2015 no Brasil. Enfim, o investidor se manterá competitivo", disse Célio.
Diário de Natal.

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